Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o Brasil tem hoje uma população de 56,1 milhões   que   têm 50 anos ou mais. Nove em cada dez pessoas com 50 anos ou mais terão pelo menos uma doença crônica, uma condição de saúde crônica é uma doença progressiva. Ela piora com o tempo e muitas doenças crônicas não têm cura. Algumas são evitáveis com cuidados proativos, mudanças no estilo de vida e na dieta. Fazendo uma analogia há uma   doença   que tem como consequência à exclusão social e também é crônica, levando o indivíduo a ficar à margem da sociedade que é o analfabetismo, que deixa sequelas   em todo o tecido social e quando a faixa etária está acima de cinquenta anos, o desafio torna-se ainda   maior para alfabetizar.  
                    
       Nessa perspectiva, com intuito   de amenizar esse   quadro clínico para superar essa situação são propostas em todo Brasil, políticas públicas e programas de cunho oficial ou/e de iniciativa privada, com a intenção de alcançar alunos em situação de distorção ou defasagem idade-série quando a diferença entre a idade do aluno e a idade prevista para a série é de dois anos ou mais. Assim sendo, foi criada a modalidade de Educação para Jovens e Adultos - EJA, por meio da Lei 9394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, prevendo o atendimento à EJA, determinando aos estados e municípios o cumprimento das cláusulas mensuradas na referida legislação. Desse modo, ao pensar em educação, é preciso refletir quais estratégias, espaços e estruturas físicas, ou seja, é necessário proporcionar ambientes e condições apropriados, apenas políticas públicas não é suficiente.

      A modalidade de Educação para Jovens e Adultos tem um papel determinante na absorção dessa população, que não deu continuidade aos estudos, com uma proposta pedagógica flexível que considera as diferenças individuais e os conhecimentos informais dos alunos, a partir das vivências diárias. Contudo, alguns especialistas fazem uma   ressalva o fato de nessa modalidade de ensino   há presença de alunos de diferentes idades nas mesmas salas de aula, fato esse que pode levar   ao abandono ou evasão escolar, tornando-se   assim um desafio, embora seja um momento de inserção social, de convivência e que promove a integração simultânea e recíproca, do tempo presente. Além disso, o  envelhecimento que é um processo biológico natural de transformação e mudança, da vida determinada pela idade de uma pessoa e diretamente associada às condições de manutenção ou não de suas capacidades, entre elas: percepção, aprendizagem, memória e seus potenciais de funcionamento é um outro fator   a considerar, bem como,  a  necessidade de formação dos docentes para atuarem com essa diversidade de alunos, em diferentes faixas etárias, nessa modalidade de ensino, demonstra que a maioria dos docentes não estão preparados  para essa realidade, pode ser uma barreira  considerável para o processo  de alfabetização. Todavia é importante   salientar que a taxa do analfabetismo no Brasil diminuiu segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), mas o Brasil tem ainda 11 milhões de analfabetos. 

     Portanto, é possível elencar um conjunto de desafios  que precisam ser superados quando  o foco é alfabetizar pessoas  com cinquenta anos ou mais, pois  aprender a ler e a escrever é um grande passo, não se refere apenas à compreensão e reprodução das palavras, pois envolve também a aquisição de um conjunto de habilidades motoras e cognitivas, é preciso  não  somente  aprender a ler, será  preciso  ter condições de usar a língua em todas as práticas sociais de leitura e escrita, isso é  outro desafio  para a população  com cinquenta anos ou mais. Assim como as doenças crônicas físicas podem ser evitadas, a doença crônica do analfabetismo relacionada a essa faixa etária poderá ser evitada com atitudes proativas e políticas públicas mais pragmáticas. 


   


  

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